Em artigo publicado na revista VEJA por ocasião do Dia Mundial da Menopausa, o Dr. Márcio Pina chamou a atenção para os efeitos dolorosos que acometem muitas mulheres durante essa fase da vida, enfatizando a necessidade de uma abordagem médica abrangente e especializada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a menopausa é uma realidade para milhões de mulheres no Brasil e no mundo. Até 2030, estima-se que mais de 1 bilhão de mulheres experimentem sintomas associados à queda dos hormônios femininos, uma mudança que impacta tanto o corpo quanto a saúde emocional.
No Brasil, cerca de 18 milhões de mulheres estão na fase da menopausa, e, segundo o Estudo Brasileiro de Menopausa de 2022, a idade média para o início dessa transição é de 48 anos, com variações entre 45 e 55 anos. Essa fase, segundo o médico, deve ser tratada com acolhimento e atenção, pois as mulheres estão cada vez mais envolvidas em múltiplas esferas da sociedade, buscando longevidade e qualidade de vida.
Impacto da Menopausa nas Dores Corporais e na Saúde Mental
Durante a menopausa, as mudanças hormonais levam ao surgimento de vários sintomas que vão além das conhecidas ondas de calor e alterações de humor. Márcio destaca que a menopausa também intensifica a sensibilidade às dores físicas, como lombalgias, dores articulares e cefaleias, afetando diretamente a disposição física e a rotina das pacientes. Esses desconfortos, muitas vezes negligenciados, podem desencadear um ciclo de sedentarismo e isolamento social, impactando profundamente a saúde mental e emocional das mulheres, aumentando a prevalência de quadros de depressão e ansiedade.
A redução dos níveis de estrogênio nessa fase acarreta uma série de alterações fisiológicas que contribuem para o surgimento de patologias dolorosas. Entre os problemas comuns observados estão a redução da lubrificação dos tecidos articulares, que eleva a probabilidade de doenças como artrites, osteoartrites e tendinites. Além disso, há maior ocorrência de degeneração da coluna vertebral, podendo levar a condições como lombalgia, hérnias de disco e outras doenças degenerativas. Muitas mulheres também relatam dores crônicas generalizadas, como a fibromialgia, que exigem cuidados contínuos.
Abordagens de Tratamento para Alívio das Dores da Menopausa
O médico, destaca que é fundamental que o tratamento das dores da menopausa vá além da reposição hormonal. A medicina moderna oferece diversos recursos tecnológicos e minimamente invasivos que auxiliam no alívio dessas dores e na melhora da qualidade de vida. Equipamentos de alta tecnologia, como terapias de ondas de choque e sistemas de indução eletromagnética, são alternativas eficazes para o tratamento da dor sem a necessidade de intervenções cirúrgicas. Além disso, técnicas como bloqueios e infiltrações, e até mesmo o uso da toxina botulínica para dores de cabeça, têm mostrado resultados significativos para muitas pacientes.
Márcio também reforça a importância de uma equipe multidisciplinar para o tratamento dos sintomas da menopausa. Contar com fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos no processo de atendimento é essencial para obter resultados mais completos e duradouros, ajudando as mulheres a enfrentar essa fase com o suporte necessário para manter o bem-estar físico e mental.
Ainda conclui: “É gratificante ver que o Dia Mundial da Menopausa tem ajudado a ampliar a visibilidade sobre os impactos reais dessa fase da vida da mulher. Precisamos, cada vez mais, de um olhar acolhedor e especializado para que essas pacientes passem pela menopausa com o suporte e o cuidado necessários. O impacto na qualidade de vida é inegável, e felizmente hoje contamos com uma gama de tratamentos e uma equipe multidisciplinar para ajudar as mulheres a viverem essa etapa de forma mais saudável e plena.”